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Thursday, September 25, 2014

CO2 Caseiro - pesquisa, receitas e técnicas - parte 3

Finalmente consegui acertar com a receita e já tenho produção da minha própria levedura, alimentada a melaço, além de ter o sistema de solenóide a ligar e desligar com a iluminação há semanas, sem qualquer problema.

Estimo que para este aquário de 300L sejam necessárias 6 garrafas de 2 litros, reabastecidas duas a duas por semana, cada uma com 400-500g de melaço (sai a 1/4 do custo do açúcar branco, dura mais e a produção inicial é menos violenta).

Custo ANUAL estimado de 15,00€ para cerca de 50kg de melaço.

Receita actual: 3 cm de arroz de trinca no fundo da garrafa, 1 colher de sobremesa de bicarbonato de sódio (deitar ANTES do melaço), 400 gr de melaço, levedura (da minha produção são 2 colheres de sobremesa, da de padeiro diria que um cubo de 1-1,5cm deverá ser equivalente), água até 3-4 cm do topo. O arroz vai diminuindo de diâmetro, o que indica que está mesmo a ser consumido.

O aquário ganhou algumas algas, porque nestas várias semanas de testes tive falhas sérias de CO2, e a luz tornou-se excessiva durante largos períodos de tempo.

Além disso, iniciei a fertilização com método EI, macros e micros, dado que suspeito que o principal factor de sucesso do meu aquário anterior foi a população elevada e as quantidades de alimento utilizadas, com produção de muito mais nitratos e fosfatos do que tinha agora neste. Em proporção deviam ser níveis umas quatro vezes superiores...

Penso que já consegui equilibrar o sistema, e agora é afiná-lo para o tornar rotineiro e sem grande ciência.

Quem tiver curiosidade, tem aqui um vídeo da produção do CO2 nas garrafas de 2 litros, e a sua injecção na campânula através de uma pedra difusora e posteriormente na powerhead.

Tuesday, July 8, 2014

CO2 Caseiro - pesquisa, receitas e técnicas - parte 2

Consegui usar uma solenóide e um pulverizador de jardim de 10€ para fechar o CO2 de noite, acumulando a produção para uso no dia seguinte.



Não existe risco de rebentamento, dado que o pulverizador tem uma válvula de segurança (ainda não sei se durante a noite abre ou não, isso fica para mais tarde ao adicionar um manómetro junto à solenóide e um balão na saída da válvula de segurança...)

Com 8 horas de iluminação no aquário, 16 horas de produção de CO2 seriam despediçadas, dois terços, isso acabou. Quando a solenóide abre, a campânula acima da powerhead vai enchendo de CO2, e esse é misturado na água dentro da campânula ou puxado pela powerhead e desfeito pelas pás do impulsor.



Podem ver ali o nível do CO2 bem perto da pesca da powerhed, que está instalada "de pernas para o ar". O CO2 que baixar dali, é puxado e desfeito no impulsor, é o que acontece no início da abertura da solenóide.

Uma campânula de CO2 é um dos melhores e um dos piores métodos de dissolução de CO2:

É um dos melhores, porque a enorme superfície de contacto da água com muito CO2, que está sempre sob alguma pressão, é o que todos procuram - o objectivo de produzir muitas bolhas finas com os diferentes reactores ou difusores é aumentar a superfície de contacto; é também um método silencioso (ao contrário de um reactor de bioballs como eu tinha inicialmente); além disso conseguimos ver o que se passa lá dentro e os diferentes níveis de CO2 que atinge - durante a noite a água do meu aquário dissolve uns 5-6cm do CO2 que fica lá quando desligam as luzes.

É um dos piores, porque a baixa circulação de água leva a que a dissolução seja lenta - resolvi o problema com a pesca da powerhead na zona de contacto, faço passar ali 700 l/h (5.600 l/dia) e assim dissolve todo o CO2 produzido - o melaço que tenho neste momento em fermentação está a dar 3-4 bps, o que é muito bom, falta saber quantos dias dura.

Ando a afinar receitas de CO2, que me parecem nunca vão conseguir fugir muito do açúcar como base, e mais tarde colocarei aqui as minhas conclusões.

Tuesday, March 18, 2014

CO2 Caseiro - pesquisa, receitas e técnicas

Desde que instalei o novo aquário de 300L em junho do ano passado, tenho andado a tentar equilibrar o novo tipo de luz (sistema LED 20W-120W completo), níveis de co2 e nutrientes, e a circulação de água.

Uma vez que sou, em muitos casos, um maníaco do DIY, só compro as coisas quando não vale mesmo a pena tentar fazer (mesmo assim nalguns casos faço só para saber que é possível fazer), tenho andado a investir algum tempo em investigação de receitas de CO2 caseiro.

O acima destacado justifica o que se segue, portanto a solução “meter CO2 pressurizado” está de parte – felizmente tenho possibilidades para o fazer, mas não me parece que chegue a isso… e não me agradam as garrafas pressurizadas dentro de portas.

Cheguei a uma fase que considero avançada, e em que chegou o momento de partilhar (e discutir com quem quiser) o que tenho verificado. Muitas destas coisas muita gente já sabe, tem ou faz, para outros serão surpresa ou novidade, e com algum jeito ainda aprendo eu alguma coisa também.

Comecei com a receita normal, açúcar (300-400g) em água com levedura de padeiro e bicarbonato de sódio para estabilizar o pH, que dava entre duas a três semanas, com um fim de produção abrupto.

  • Vantagens – rápido de preparar, e barato
  • Desvantagens – inconstante, e insuficiente para aquários de tamanho razoável (digamos acima de 100 litros?)


Passei depois à receita de gelatina, com preparação de 2 saquetas e 500 g de açúcar com um pouco de bicarbonato de sódio, solidificação da gelatina na garrafa, água no topo com açúcar e fermento de padeiro. Durava até 6 semanas cada garrafa, já com melhor desempenho, sem um arranque tão intenso e com uma curva mais suave até deixar de produzir Co2.

  • Vantagens – dura mais tempo e é mais constante
  • Desvantagens – a “gosma” é muito enfadonha de preparar, suja muita coisa, mais cara, e continua a ser insuficiente para aquários de tamanho razoável

Entretanto, mantive a investigação sobre o assunto, e vi que em vários fóruns, alguns defendem o uso do arroz ou outros alimentos, de modo a que as leveduras tenham disponíveis açúcares ou nutrientes mais complexos, que lhes permitam manter a fermentação mais tempo. Isso implica, no entanto, maior tolerância das leveduras ao álcool, que é outro dos subprodutos da fermentação, e a levedura de padeiro já não será o ideal.

Além disso, vi referências a usar magnésio e também fertilizante de plantas (algo relacionado com os minerais, nitrogénio potássio etc. de que as leveduras necessitam – nunca testei isto).

Assim, consegui obter alguma levedura de vinho/cerveja, e passei a usar ¼ da garrafa com arroz de trinca no fundo, uma colher de sobremesa de bicarbonato de sódio e outra de sulfato de magnésio, e com 300g de açúcar consigo mais de 30 dias de produção relativamente estável de CO2.

Uso muito pouca levedura, meia colher de café, nem isso. E assim tem sido há vários meses. O arroz está a ser consumido, porque os grãos vão-se tornado mais finos à medida que o tempo passa. Melhor ainda, fica sempre uma cultura de levedura no fundo junto com o arroz, e o arranque da próxima garrafada é inferior a 1 hora!

  • Vantagens – dura mais tempo, e é muito mais constante, e o trabalho de preparar é igual ao da receita tradicional
  • Desvantagens – continua a parecer ser insuficiente para aquário de tamanho razoável, uso 3 garrafas de 2L em paralelo, que vou reabastecendo alternadamente de 2 em 2 semanas, aproximadamente.


A 300g de açúcar por garrafa, com uma produção de 135g de CO2 (45% do açúcar usado na fermentação? – não tenho a certeza, já vi outras proporções…), e na realidade aproveitamento de 40%  (10 horas em 24 horas) dessa produção, estaria eu a injectar no aquário 150-200g por mês de CO2?

Pelos consumos que tenho visto referidos, é pouco CO2 , e é também o que as plantas me têm demonstrado. E com a iluminação LED, as plantas precisam mesmo de CO2, tenho o sistema a 30W para evitar clorose e algas.

Ultimamente, experimentei colocar uma colher de sopa de farinha, que me pareceu dar mais algum tempo de produção, e mesmo alguns pedaços de pão seco (vale tudo!) – estes acho que não fizeram grande diferença.

Entretanto há dias cortei em pedaços 200g. de batatas e reabasteci uma das garrafas com esses 200g, e a restante receita (sem a farinha) mas com 200g de açúcar. Duvido que saia vodka…

No primeiro dia não parecia ser muito diferente - até começar a fermentação das batatas. A garrafada ficou com aspecto de bebida gaseificada e fez muita espuma (que passou para o filtro de água mas não para o aquário). Tive inclusivamente de retirar água dessa garrafa, e na próxima dose vou usar só 100g de batatas.

Receita que estou a usar nesta altura:
1 garrafa de refrigerante de 2 litros
¼ de garrafa de arroz de trinca
100g de batatas aos cubos (para passar no gargalo)
200g de açúcar
1 colher sobremesa de bicarbonato de sódio
1 colher sobremesa de sulfato de magnésio
½ colher de café de levedura de vinho/cerveja
1 litro de água – o espaço que sobra será necessário para a espuma que se forma, se acontecer como no meu caso

Usem sempre um filtro de água, e, na dúvida, façam um teste de umas horas sem ligarem o sistema ao aquário – depois não se venham queixar de líquido ter entrado no aquário...

O problema da dissolução do CO2 foi também abordado desde o início, com a maior preocupação com a necessidade de paragem nocturna da injeção de CO2 no aquário, tendo estabilizado num sistema de powerhead que liga com as luzes, e que durante a noite deixa borbulhar o CO2 para a superfície, sem praticamente se dissolver na água. A powerhead está ligada a um pequeno reactor de 3 bioballs.

Mesmo assim tenho de arejar a água de noite, dada a massa de plantas e o consumo de oxigénio que implicam. Os peixes junto à superfície deram-me essa indicação.

Ora bem, se o aquário estiver iluminado 9-10h por dia, significa isto que cerca de 60% da produção de CO2 está a ser desperdiçada com a paragem da powerhead durante a noite – surgiu o problema seguinte - como armazenar o CO2 que vai borbulhando para utilizar no fotoperíodo. Aliás nem fazia ideia de quanto CO2 estava o sistema a produzir, veremos adiante.

Como tenho a powerhead montada “ao contrário” com a puxada de água virada para cima, o CO2 que enchia o reactor de noite acabava por preencher o tubo para a powerhead e borbulhar por ali. Instalei uma garrafa pequena, de 0,5l, invertida, a fazer de campânula sobre a entrada da powerhead, garrafa essa que encheu num instante, durante a noite.

Dentro da garrafa coloquei a ponta do arejador da powerhead, para puxar CO2 de dentro da campânula/garrafa quando a powerhead ligasse no dia seguinte, e a protecção da entrada da powerhead está um pouco dentro da campânula, de modo a puxar essa água para o reactor e aumentar a dissolução.

Entretanto mudei a campânula para uma garrafa de 1,5litros (a fixação no interior do aquário não foi simples) que me parece encher em apenas 8-9 horas, devendo ainda desperdiçar umas 6-7 horas de CO2. Acho que consegui passar a injectar 18-20h de produção no espaço de fotoperíodo – poderei ter passado para os 300-400g/mês.

Isto começou este fim de semana, só se vão ver efeitos daqui a vários dias. Além disso, coloquei mais uma powerhead 600l/h para resolver a fraca circulação de água que tinha nalguns pontos do aquário, e isso também vai ajudar.

A 1.96g/litro de CO2 (não tenho a certeza deste valor), deverei ter uma produção de 4.5-5l/dia, cerca de 9-10g de CO2. Isto daria perto de 300g por mês, mas longe ainda dos consumos que tenho visto para 300 litros, qualquer coisa entre 500g e 1.500g conforme o nível ”tech”.

Entretanto, continuo a tentar parar o fluxo de Co2 durante a noite, e controlar a descarga no início do fotoperíodo através de uma válvula solenoide e regulador de agulha – isso implica, com as batatas e a espuma que produzem, um recipiente de maior volume (vou passar para 5 litros) e uma válvula de descarga de pressão (para evitar surpresas desagradáveis).

Um pulverizador de jardim tem estas características e já comprei um por 10€. Mesmo o CO2 que for ejectado da válvula de segurança irá ser aproveitado para o sistema, ou para esta campânula ou para a anterior de 0,5L, conforme o volume de gás ejectado.

Aqui fica uma foto do sistema:


Uma actualização

















Tuesday, June 25, 2013

Novo habitante

Novo habitante, um checkerboard que começou a comer passado pouco tempo de entrar no aquário:


Entraram também 6 ottocinclus affinis para ajudar nas limpezas.

A luz está nos 35W, e as plantas agradeceram, nota-se que estão a reagir melhor.

Coloquei um reactor de CO2 na saída da powerhead e agora tenho dissolução a 100%, além de que de noite armazena um pedaço de CO2 para o arranque matinal, espero que seja um bom progresso.

Veremos dentro de umas semanas.

Friday, June 14, 2013

Após 6 semanas de funcionamento

Começa a ser possível ver alguma estabilidade.

Entre dia 29 de Maio:

 ...e dia 9 de Junho, a explosão das lótus, das ludwigias e da hygrophila foram incríveis. Nesta semana tive de "desflorestar" e não podar! Fez-me lembrar o aquário antigo!

Entretanto os discus estão de boa saúde, e os seus vizinhos ramirezi também andam entretidos a explorar o aquário.





Tenho planorbis azuis, brancos, vermelhos, dourados, leopardos e castanhos quase pretos, todos com as cascas perfeitas, graças ao cálcio das rochas.

Como o aquário esteve quase 3 semanas sem TPA, aproveitei para medir os parâmetros antes de trocar cerca de 60% da água:

pH 7.0
GH 11
Kh 7.5
NO3 20
PO4 2.5

Alguma subida da dureza da água já seria de esperar, mas aqui o factor mais importante é a estabilidade do pH, a base do bem estar de todos os animais e mesmo das plantas.

Após a poda o aquário ficou com este aspecto:

O pequeno filtro 200l/h para distribuição do CO2 não estava a resultar e voltei a instalar a powerhead 700l/h, para garantir boa circulação e chegada dos nutrientes a todas as zonas do aquário. Vai-se notar de imediato na limpidez da água e mais tarde nas plantas que têm sinais de carência de carbono.

A limnophila aromatica adaptou-se e começa a crescer bem. As sagitarias, valisnerias, cryptocorynes wendtii e balansae também estão a dar sinais de adaptação. 

O maior problema que existe neste momento são as blyxas, sofreram um impacto muito grande e estão com folhas pequenas e demasiado claras, veremos como se dão com a nova circulação de água. Falta ali um bom bocado de CO2, é certo, mas estou a apostar na emissão de CO2 do substrato que deve estar a começar a produzir efeitos.

A receita de CO2 de gelatina e arroz feita a 6 de Maio continua a produzir, apoiada por outra garrafa feita a 25 de Maio. Se conseguir cortar o fluxo nocturno, como estou quase a conseguir, uma garrafa de 3 em 3 ou 4 em 4 semanas poderá ser suficiente, veremos mais à frente.

A iluminação tem-se mantido nos 43W e só poderá ser aumentada se arranjar maneira de aumentar o CO2.

Monday, May 20, 2013

Medição de parâmetros

Como decidi esticar a TPA de uma para duas semanas, medi hoje os parâmetros da água do aquário:

pH 7.0
Kh 6.5
Gh 8.0
NO3 20
PO4 2

Aproveitei e medi os parâmetros da água da rede, o que nunca tinha feito até hoje:

pH 7.0
Kh 5.0
Gh 3.0
NO3 <2
PO4 0

Esta água faz um excelente reset dos parâmetros nas TPAs.

Uma atualização do aquário: